Falta de interesse sexual, será normal?

Popularmente, convencionou-se que a mulher tem menos desejo sexual e realmente são muitas as mulheres que afirmam que o sexo não lhes desperta assim tanto interesse. Vamos explorar as causas por trás da falta de interesse sexual nas mulheres!

 

Será que o desejo sexual depende do género? Ou haverá outros fatores associados?

As mulheres heterossexuais acusam menos disponibilidade para sexo do que mulheres com outras orientações sexuais.

Mulheres lésbicas, bissexuais e de outras orientações não acusam essa preguiça, nem nas estatísticas nem quando falam com terapeutas.

 

O que se passa com as mulheres heteronormativas?

Geralmente, estas mulheres estão envolvidas em sexo bem aborrecido e, até, agressivo. Um sexo que rouba a energia porque a mulher fica ali a tentar ter prazer/chegar ao orgasmo, a partir de uma postura do parceiro que, em nada, é favorável à resposta sexual feminina.

O sexo pouco estimulante para a resposta sexual feminina é aquele que:

 Tem fixação na penetração

A vagina tem muito menos terminações nervosas do que a vulva mas o que acontece é que nas relações heterossexuais dá-se pouca atenção à vulva (a parte exterior do genital feminino) e a expetativa é que pela vagina a mulher aceda a níveis de prazer elevados.

É pouco sensorial

O que sabemos da resposta sexual feminina é que, quanto mais excitada a mulher estiver, mais fácil e profundamente pode aceder ao orgasmo.

O orgasmo nada mais é do que uma experiência de pico, uma descarga de energia acumulada. Logo, quanto mais energia for acumulada, mais energia pode ser libertada.

Incluir a estimulação dos sentidos é fundamental: olhar nos olhos, sussurrar palavras afetuosas ou picantes ao ouvido, sentir o sabor da pele, tocar/massajar e cheirar são comportamentos primais e, ao mesmo tempo, inteligentes pois o erotismo baseia-se nos sentidos.

Não envolve o corpo todo

Como deves saber, a pele é o maior órgão do corpo humano e é sensível a estímulos. Por outro lado, cada uma de nós tem zonas corporais mais erógenas, ou seja, zonas que, ao serem estimuladas, despertam o desejo e a excitação ou levam mesmo a prazer sexual.

Na tua rotina sexual a dois, quão a tua pele, seios, nuca, coxas, vulva e clítoris (zonas convencionalmente mais erógenas) recebem atenção e estímulo?

 

Eu diria, então, que as mulheres heterossexuais são bem normais. Não se trata de falta de interesse sexual, é simplesmente a falta da estimulação certa . Afinal, quem é que quer mais de uma coisa que não lhe dá prazer, não é?

Acrescentaria que as mulheres, todas as mulheres, merecem o prazer, a libertação e a plenitude que vêm com o orgasmo.

Por isso, é preciso tornar o sexo mais interessante, do ponto de vista da resposta sexual feminina!  Confesso que é uma das inspirações principais do Retiro Orgasticah, começar por despertar os sentidos, soltar inibições para reconectares contigo, aumentares a tua libido e sentires-te merecedora de prazer!

 

Maximiza o prazer na cama: Desvendamos o poder da Dopamina

No contexto atual, em que muitas mulheres enfrentam uma baixa libido e falta de prazer na cama, é essencial compreender a fisiologia e os impactos da dopamina na experiência sexual. Isso pode fazer toda a diferença… para melhor!

Tenho contactado com muitas mulheres que acreditam ter um problema único, uma dificuldade em atingir orgasmos e uma falta de vontade para o sexo. Porém, é importante perceber que a falta de prazer feminino não se resume apenas ao que a mulher sente. É fundamental analisar a qualidade do sexo em que ela está envolvida.

Será que o sexo que praticas com o teu parceiro estimula verdadeiramente a tua resposta sexual ou, pelo contrário, anula o prazer? Quando a mulher tem de fazer um grande esforço para aumentar o seu prazer na relação sexual, isso acaba por desgastar a própria fisiologia do prazer.

O que quero dizer é que a probabilidade da tua fisiologia estar saudável é elevada, mas pode ser o esforço que aplicas à experiência sexual que está na origem do problema.

Mas o que é esse “esforço sexual”?

Quando o sexo é focado apenas na rápida e repetitiva fricção do pénis na vagina, num curto espaço de tempo, é natural que sintas pouco prazer ou até mesmo que não consigas atingir o orgasmo. Tentas adaptar-te a essa dinâmica sexual linear imposta pelo teu parceiro, fixando na tua mente a ideia de que precisas de atingir o orgasmo. No entanto, muitas vezes acontece precisamente o oposto: quanto mais pensas, menos consegues sentir.

Isso deixa uma marca na tua memória, associando o sexo a uma tarefa exigente e pouco gratificante. E, quando és convidada para um novo encontro sexual, essa previsibilidade anula o teu desejo.

É neste momento que assistir à tua série preferida, por exemplo, se torna mais interessante do que o sexo: não requer tanto esforço e os benefícios são mais garantidos.

Mas a dopamina é tua aliada!

A dopamina é o principal neurotransmissor do prazer sexual e atua através de um mecanismo de recompensa, procurando experiências prazerosas com o menor esforço possível.

Infelizmente, no sexo focado apenas na penetração e pouco estimulante para a mulher, acontece precisamente o oposto.

Para que a tua fisiologia do prazer seja ativada de forma natural, a dopamina precisa de perceber que a experiência sexual será recompensadora para ti.

Como fazer isso para ter mais prazer na cama?

Mudando a narrativa sobre o sexo. É importante alterar a forma como praticas o sexo, buscando uma experiência sexual positiva e gratificante, que inclua envolvimento íntimo calmo e não negligencie nenhuma parte do teu corpo. Aproveita ao máximo os teus cinco sentidos, pois eles aumentam as sensações associadas à excitação sexual.

Tu tens um papel ativo nesta mudança! Comunica as tuas preferências na cama, empodera-te sexualmente através do autoconhecimento, técnicas de cura e expansão da tua energia sexual. Descobre mais sobre estas práticas no Retiro Orgasticah e experimenta uma nova dimensão do prazer sexual feminino.

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