Se é complicado entendermo-nos a nós mesmas quando julgamos que andamos à mercê das hormonas, mais complicado é gerir as nossas relações e as funções da vida adulta. É então que entra a consciência cíclica.
Pois, para quem está de fora, pode parecer instabilidade, loucura, má vontade e por aí vai.
As nossas relações são a nossa maior riqueza se devolverem qualidade. Já a perceção de ciclicidade feminina e o alinhamento com as nossas energias internas são fonte imensa de empoderamento.
Neste artigo, partilho os dois principais benefícios de desenvolver a consciência cíclica. Continua a ler e fica a conhecê-los!
Consciência cíclica: O que significa?
É uma consciência com qualidades holísticas que permite observar e registar o que acontece no corpo, na psique feminina e na natureza.
Em cada um destes aspetos domina a energia do movimento cíclico: têm fases e cada fase apresenta um padrão. Essas fases, ao serem completas e darem a origem a um novo ciclo, representam o equilíbrio.
Numa primeira fase, para desenvolver a consciência cíclica, tem-se em conta as qualidades das fases do ciclo menstrual e, depois, a sua relação com as fases da lua. Podes saber mais aqui.
O Sagrado Feminino e o resgate da essência feminina
O Sagrado Feminino representa a conexão da mulher com a natureza, com os seus ciclos e consigo mesma. Esta filosofia acredita que essa é a forma da mulher moderna resgatar a sua essência feminina.
Não seguimos um padrão linear nos nossos pensamentos, emoções e energia. Somos cíclicas: atravessadas por ondas com variações, mas que, no fim, se complementam e devolvem-nos à inteireza de Ser.
Desenvolver a perceção cíclica é uma tarefa sagrada porque garante o equilíbrio do ecossistema Terra e do nosso corpo, holisticamente considerado. O que faz bem à mulher faz bem à natureza e vice-versa.
Os benefícios de desenvolver a consciência cíclica
1. Desmistificar noções negativas do corpo
Envolve desde o odor e a quantidade do sangue menstrual, usar métodos de recolha sustentáveis, como o copo menstrual, à perceção das variações na vitalidade, seja no apetite, no sono, no consumo de água.
Pensamentos do tipo “ahh, é natural ter dias de cansaço, não sou preguiçosa” ou “a minha libido vai e vem. Ok, ela não morreu”.
É que não são variações casuísticas. Obedecem a um padrão ligado ao sistema hormonal e ao estilo de vida. Não precisam de ser resolvidas, apenas aceites, caso haja saúde.
2. Regular emoções
Se há processo humano que mais nos fala sobre movimento é o das emoções. Uma emoção não vem para ficar, simplesmente é para ser sentida no momento e, assim, reconhecida. A seguir, outras virão. Afinal, a vida não para e as nossas experiências na vida também não.
Porque existe tanta dificuldade em gerir as emoções? Porque há medo de as sentir e do que elas nos podem fazer (de mal). Mas o corpo e o ciclo menstrual registam tudo e, para o nosso bem, fazem-nos lidar com elas.
A tensão pré-menstrual tem muito a ver com a acumulação de emoções não processadas e o desgaste mental e emocional que isso provoca ao longo do mês.
Só que não estamos capazes de lidar com este exacerbamento nessa fase, pelo que o ideal é ir, a cada semana de ciclo, reservando um momento para fazer “higiene emocional”. Desta forma, estaremos capacitadas para regular o que está a causar mais perturbações.
A consciência cíclica ajuda no processo de autoconhecimento e evolução e o melhor dela é que já está dentro de nós!